quarta-feira, maio 24, 2006

Quatro pregos

quatro pregos escondem um quadro de pecados. como cicatrizes que o tempo escondeu mas não esqueceu. contornam-nos, quais eloquentes ondas sísmicas, nervuras concêntricas, que a idade condenou ao flagelo da presença eterna num rumor de lugar. E qual simbolo do excelso - oh! prego - pregas o belo na fealdade do acto atroz...
sim, são meros pregos enterrados num pedaço de madeira... mas serão também golpes inflingidos na alma de quem sente o pedaço de madeira como seu âmago.
pois virgem é o pensamento daquele cujo prego é nada mais que um mero prego.

(consultar mindplaces.awardspace.com)

BellaMafia

quinta-feira, maio 11, 2006

O espelho

volto-me... e revolto-me, sem paixão por aquela vida cíclica que sangra o sonho. custa-me olhar-te nos olhos e sentir o crónico afastamento. não tenho ilusões, para tal bastas-me tu... uma parca imagem que se perpétua nesta existência sem cor. como um pouco de tudo e um muito de nada, vejo-te promessa brilhante prostrada ao sono da vaidade.
não tenho como sair de ti, fizeste-te residente... um contentamento descontente, assumo-te como um ópio, serva da vontade sem rumo.

e é quando te olho no espelho, qual montra de defeitos e dor, que sinto o triste fado em mim.

BellaMafia

terça-feira, maio 02, 2006

Carta de amor

estou afogueada, bate na mesa de vidro temperado o sol das quatro, mas não bate quente, é uma qualquer reacção em mim que me denutre... fecho os olhos e pergunto-me que falta terei. à mente assolam-me pensamentos teus, rasgo um sorriso na cara quando te revejo na praia a gelar com o frio das águas de Maio... é a saudade, sim a saudade que me afronta o estar, quero-te perto mas tenho-te longe. olho-te pelos olhos de Deus, não há figura mais perfeita que a tua e a suspeita de imperfeição é o gesto obsequiante do ser divino.
sustenho a respiração, passou mais um minuto... outro segundo... o tempo leva-me a ti e eu deixo-me ir. o caminho é tão longo... tenho medo de me perder no desvaire da vontade, mas tu tiras-me os pés do chão e deixas-me voar sem medo do ontem, do hoje, do amanhã.
receio abrir os olhos para não te encontrar lá. sem ti visto um manto de nada... sou a tua ausência, uma sombra num dia sem luz, um sonho sem lar.
como um medley que anseia pelo suspiro da audiência, continuo à espera da tua aparição, sei que será para breve a reunião, mas até lá...
vivo cumplice com a vida e tu és a unica testemunha. vem, vem depressa e fica.

"This one's dedicated to the one i love"
Joao Ribeiro

BellaMafia

segunda-feira, maio 01, 2006

A relação petróleo/neurónios

ok... à partida a razão entre estes dois fenómenos naturais - naturais de formas diferente, pois claro! - é algo abstracta, abstracta por que este é o novo vocábulo utilizado para justificar a inexistência.
eu, porque não sou pessoa para padecer nas raias da inexistência tratei de arranjar algo de substantivo para este adjectivo... a verdade, caros chewies (nome de todos os leitores ávidos por uma boa história... ou será estória?, estou tentada a escrever hestória, bem não sei!), é que a relação entre estes dois paradigmas da sociedade moderna vaticina o fim da existência. E perguntam voçês: mas como é que soubeste isso mestre? bem, não posso responder a essa pergunta, mas dou-vos uma pista: CLARIVIDÊNCIA!
O nosso, até à bem pouco tempo, amigo petróleo entrou numa onda de hostilidades. Recusa-se a reproduzir - mesmo violando as leis do santíssimo sacramento e vaticano - continua a utilizar preservativos nos seus componentes, inviabilizando a criação! e nós esmorecemos com sede e ficamos espectantes com as sucessivas one night stand do gajo! Ora só me resta aferir o que já aferi, é o fim da existência... no oil no spoil, no spoil no fun, no fun buy a gun and eliminate your sad, sad, sad sorrow ass!
Quanto aos famigerados neurónios... é razão para dizer soltem os prisioneiros, sim porque nós só podemos estar encarcerados na burrice. Viver na sombra de um ímpio elemento como o petróleo, pecaminoso, que vive da luxuria... sim, é razão para os neurónios erguerem a honra e clamarem mea culpa, porque nós vivemos subjugados ao monopólio de subvertidos como o sr. petróleo, libertem os Leonardos DaVinci e os Einstein das nossas cabeças e submetamos o curso da tirania ao seu devido locci, que com indevido respeito, é debaixo (tipo 7 palmos) de terra!
Pois a relação entre estes dois ilustres está na razão matemática entre a burrice de um e a leviandade do outro! quanto mais ignóbil a atitude neurótica mais insultuosa é a produção petrolífera! E é bom que se diga: a petrolífera não prolifera... bonito ehm?!

BellaMafia