sexta-feira, julho 11, 2008

Ecologia Mental

vivemos hoje num estado hipocondríaco, está tudo mal... o país está mal, a conjuntura é má, a saúde é péssima, a educação de bradar aos céus, a agricultura inqualificável, o esposo/a irritantemente presente, os filhos impertinentes e mal-educados, os carros bebem demais e o dinheiro peca por escasso… enfim a eterna realidade portuguesa, o lado depressivo de um estar bipolar que cada vez menos se excita. só encontro uma solução… resmas, paletes de fluoxetina.

Ámen.

BellaMafia

segunda-feira, julho 07, 2008

O Tio Patinhas

apesar de toda uma legião de adeptos e fângios, a existência de Tio Patinhas tem mais substância que a retratada pelos livros de banda-desenhada infanto-juvenis... uma adaptação infeliz - tem que se assumir - senão pela personagem tipo Dona Branca à espera do quinhão, pelo menos pela ignorante associação a um ícone da psicologia de bolso como o psico-pato, vulgo Patinho Feio.


Tio Patinhas era um indivíduo patologicamente bucólico, apreciador de um bom vinho - Quinta do Pato -, mas de personalidade complexa. cónego de nascença sempre primou pela vulgarização do dinheiro e da actividade social, diz-se pelo burgo que o nome Tio derivou exactamente das suas actividades de playboy cascaense. reservo aqui o direito de clamar veritá pela boca do povo.
pois Patinhas, era o membro mais avesso da real família Patino, sendo herdeiro de sangue nobre, cedo demonstrou as suas habilidades de pato-mudo*, situação quase herética no seio. não foi com surpresa que observou, no colégio, o seu nome converter-se de Patino, para Patinho e mais tarde de Patinho para Patinhas - um caso ainda hoje por esclarecer mas do qual se pode subtrair a existência de um vestido e alguma maquilhagem.
apesar da desfiguração do título familiar, o Tio era un bon vivant, gostava de festas e romarias… não era estranho vê-lo na Capital, Lux e afins sempre de calça branca, com uma dobra de 2 cm e meio no fundo, e uma camisa preta com botões madrepérola desmesuradamente aberta para exibir a sua cobra de platina. era um personagem, sem dúvida. mas a substância deste avesso Patino, derivou das suas aventuras errantes, diz-se que dormiu em todos os hotéis da vila e mais além, isto apesar da existência de uma fabulosa penthouse nas Torres Bazonas de Sete Rios, sempre com companhias diversas e número superior ao par… Patinhas era o nome na lama da família nobre de Cascais, mas o mais benquisto pela sociedade cor-de-rosa… e talvez por isso o seu assassinato tenha, até hoje, suscitado mais interesse que o assassínio de JFK, Diana de Gales ou da Floribela.
aquele que mitigava o pudor, seria desde então exarado por uns (aqueles que lhe desejavam a morte: a.k.a. família) de patinho da Playboy, Hugh Hefner português, o homem das mil mulheres… um sociopata. e por outros, família do povo e afins do Conde Castelo Branco, um amorrrrrr de pessoa.
a verdade é que até hoje ninguém sabe os verdadeiros contornos deste caso tão patinhado, ao ponto de existirem tentativas de subversão do nome Tio Patinhas ao mundo da ficção infantil, a famosa personagem do pato milionário exaurido da folia e dedicado ao celibato através do casamento, não com a religião, mas com uma qualquer caixa forte de Patopólis.

a história não lhe fez justiça, Tio Patinhas (nascido para o mundo como Baltazar Fiasco de Mello Freire e Patino) era e sempre será um ícone da sociedade do coito festivo.

* indivíduo que em assembleia não faz uso da palavra.

BellaMafia