quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Adeus, até já!

agora moro aqui
como se costuma dizer: blogue novo vida nova
ou talvez não!

espero-vos como sempre... sentada!

BellaMafia

terça-feira, janeiro 27, 2009

Estranha

sinto-me apunhalada pela dor. não reconheço um traço em mim fiel a onde estou. o vento arrepia e não me importo, a chuva tolda-me os sentidos mas eles não faltam a quem já nada sente. não tenho lágrimas para chorar a injúria, apenas soluços secos sem compasso, a hipocrisia sumiu-me qual pincelada de preto sobre uma tela a cores. silêncio! sentes o punhal? aquele grito enxugo de desespero... sou eu – por favor, torce mais um pouco.

BellaMafia

sábado, janeiro 24, 2009

Odeum

tem dias que odeio…
abomino as paredes brancas
e a ausência que evocam.
odeio o sol e aquela luz espírita
que invade o espaço,
qual imperador da vontade.
tem dias que odeio o som,
aquele cantar da vida, bucólico,
infiel, imune à catástrofe.
odeio transeuntes de passo
marcado a compasso.
sorrisos vincados nos semblantes.
ah! odeio amigos, odeio amantes.
sinto-me exaurir pela raiva!
odeio, odeio tanto que
quedo os braços sem ciência
e assumo à presidência
de sentidos cegos
a mente dominada.

tem dias que odeio,
hoje não sinto nada!

BellaMafia

terça-feira, janeiro 20, 2009

Lenga-Lengas

a propósito disto:

triste sina a daqueles que têm por missão defender a escória da humanidade – Hamas entre outros – faz-me lembrar aqueles pobres coitados advogados oficiosos que são designados a defender o psicopata-assassino-mutilador-de-mulheres-de-forma-vil-e-desumana. de facto a realidade é sempre a mesma, e o argumento também, uma infância difícil, perturbada, um pai-bastardo-padrasto actor de maus-tratos... factualidade: se formos a analisar rough bottom a questão, quem se escuda no discurso da libertação da palestina ou dos palestinianos, é hipócrita ou simplesmente inculto, principalmente quando o argumento se sustenta na autoridade histórica, ou na violência exacerbada do estado vizinho... no dia em que tratarem crises como a do Hezbollah à 2 anos, ou mesmo do tratamento indigente "oferecido" pelos amicíssimos países árabes aos mesmos palestinianos, da mesma forma teatral que os media propagam a crise na faixa de Gaza, ou se terá obliterado o Estado de Israel ou a Palestina terá reformado o seu maior inimigo - o Hamas.

é peculiar a semelhança entre os dois povos, onde apenas a capacidade de organização, de vontade e força comum os distingue na história. um povo uniu-se sobre uma ideia, a criação de uma nação, uma pátria, outro subjugou-se à vontade de movimentos xenófobos e desejos de aniquilação e enquanto for comandado por forças externas com interesses outros que não a da preservação do mesmo povo, ou mesmo da criação de uma nação, a criação de um Estado de nome Palestina é uma utopia.
incomoda-me portanto sentir o bocejar conivente de uma elite da sociedade, em harmonia com o retrato dramático que o teatro dos media faz questão em apresentar sobre o conflito Israelo-árabe.
a incúria de tudo isto é encontrar naquelas lustrosas peles de cordeiro, defensores da igualdade, um lobo xenófobo, alimentado pelo eterno síndrome Nacional-socialista. heil podridão!
como dizem os franceses “plus ça change, plus ç’est la même”.

BellaMafia

domingo, janeiro 18, 2009

Nouvelle nouveau? nem por isso

depois de uma temporada pérfida, em que a vida – essa traidora – revelou o seu perfume sarcástico, regresso comiserada mas fortalecida pela crescente inspiração que o quotidiano me entrega.
nada como uma dose de drama para fazer regressar da dormência o espírito lírico de qualquer um… e não há maior deleite que aquele produzido pela vingança surda do rascunhar de letras no papel. ámen à arte de escrever.
claro que nem sempre a inspiração surge ao ritmo do espírito, ás vezes o desespero é maior que a ciência e as palavras escasseiam. espero neste terceiro ano de pseudo-blogger escrever mais espírito e menos desespero, entre muitas outras esperanças esta soa-me particularmente fútil… a todos os chewies um obrigado por me lerem.

BellaMafia

sexta-feira, novembro 14, 2008

INEnteligível

é tudo uma questão de retórica. num país de brandos costumes e mentalidade ociosa há que saber servir a actividade neural com os axónios correctos... bem neste caso chamemos-lhes alegóricos.
existem 3 razões para não acompanharmos, ou "escaparmos", à recessão europeia, passo a explicar:

1. é difícil entrar num estado físico, quando psicologicamente já se coexiste com ele, na realidade não se entra apenas se oficializa! por isso, parafraseando o Diário Económico, "escapar à recessão europeia" é um pãozinho sem sal, seria preferível dizer que a Europa é que mais uma vez nos escapou.

2. as estatísticas demonstram que 72,3% dos portugueses, com idades compreendidas entre os x e os y anos acreditam que se escreve resseção e não recessão, ou seja, escapa à maior parte dos xys o fundamento!

3. jamais (carregado e sucinto, como uma ordem a um cão) Portugal poderia estar envolvido com qualquer discurso envolvido com o léxico "negativo". o nosso mais-que-tudo - governo - não permitiria. crescimento negativo? jamais, agora decrescimento positivo, aí a conversa é outra. Vá lá explicar isto aos leitores do Destak, Metro, Meia-Hora e afins... sem querer ferir susceptibilidades! de quem? da resseção, claro!


BellaMafia

quarta-feira, novembro 05, 2008

Yes We Can

não, não era o meu candidato preferido. derrotou aquela que eu previa como futura primeira presidente dos EUA, e talvez por essa razão tenha guardado deste Janeiro deste ano algum ressentimento ao ex-senador, agora presidente, Barack Obama, ressentimento esse bem alimentado por uma angústia capaz de relevar pressupostos políticos dúbios e histórias pessoais questionáveis, e defender um projecto caducado pelo sacramento da insuspeição.
não, não era o meu candidato preferido... talvez por personificar a sedução. tudo em Barack é perfeito, a tez - não é branco nem preto, é benetton - o discurso eloquente, quase me atrevo a dizer kennediano, a pose humilde, sem a presença arrogante de quem vence... e a eterna confirmação do american dream.
agora, sob o manto da verdade, reconheço nos meus sentimentos um misto de alívio e emoção, já posso despachar a demagogia política e festejar a assunção de um sonho. odiei e continuo a odiar toda a máquina propagandista que rodeou Barack, odiei Oprah e os inúmeros apoiantes que ameaçaram conspurcar a veracidade de uma postura sustentada na honestidade. hoje assumo que seria irreal exigir que Barack chegasse ao destino sem todos estes mecanismos perversos.

creio na política, mas creio mais na vida e Barack é um daqueles longos arrepios que nos percorrem a espinha e nos fazem ter esperança no futuro, com uma lágrima perfeita no canto do olho.
à 7 anos chorei após um ataque ao âmago do sonho ocidental, hoje choro com o reerguer desse sonho na pessoa do futuro presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama.

"Se ainda há alguém que duvida que a América é o lugar onde todas as coisas são possíveis, que questiona se o sonho dos nossos fundadores ainda está vivo, que duvida do poder da nossa democracia, teve esta noite a sua resposta".
in victory speech, by Barack Ussein Obama


BellaMafia