sinto ás vezes um desejo em escrever, ultrapassado inúmeras vezes e sem pudor pela impaciência. não um texto qualquer, mas o texto. aquele cujas palavras esperamos ser o elixir da verdade, aquele que embora egoísta na sua composição assuma um papel singular no contexto da vida.
não quero ser mais um prospecto de escritor, que procura na sopa de letras a unicidade. quero ganhá-la, merecê-la... e encontrar entre o vazio das palavras soltas a pauta "daquela" música que nos faz chorar de nostalgia, chorar de felicidade ou apenas chorar porque o sabor das lágrimas é salgado... aquele salgado agridoce, que nos diz que há vida até na escuridão.
sinto ás vezes um desejo de escrever... um desejo de por via das palavras mutar o meu âmago a uma qualquer forma heróica anti-depressiva.
sinto o desejo, espero sentir a consumação.
BellaMafia
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2 comentários:
Sabes tanto o que sentir. E o que escrever. Sei tanto o que é olhar para um texto teu e dizer: (com algumas asneiras à mistura) "É isto!"
Um âmago. Um texto. Pode significar tanto para ti. Tanto para alguém. Ainda bem que estamos no século que estamos, com os recursos que temos. Somos mais humanos?
Que persista o desejo, pois que rumo a ti as palavras se organizam de invulgar modo - soando a trecho de erudita fábula, com iguais doses de branco e de negro.
Por vezes releio antigos textos de outros contextos - e a surpresa sempre me chega!
Se tudo o mais falhar, restam as palavras...
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