sábado, junho 17, 2006

Dança das palavras

pego na caneta, arrasto-a pelo papel qual dança coreográfica destinada à criação. não são palavras quaisquer que surgem do desígnio, são de léxico redondo e métrica eloquente, pautadas por razões superiores à razão.
não me abstraio de pensar, enquanto a ponta extrema da minha intenção resiste ao lugar comum das palavras... espero o sentido divino em cada gesto, espero o momento em que palavras iludem palavras e realizam acções.
por isso pego na caneta, aquele instrumento solitário, de vida finita... aquele a quem desejo dar o destino que qualquer caneta merece, o destino da obra de arte, do casamento da prosa, do baptismo da folha virgem, da consumação do acto... e ao pensar arranho a tal folha virgem e exprimo o que me traz o âmago à memória.

BellaMafia

1 comentário:

individualidades disse...

gostei muito..
que pegues sempre nessa caneta, que lhe des algum valor, que escrevas memorias de ida, que a uses para mostrar aos outros o que é a tua... a escrita da vida. adoro o que escreve, é em cada palavra que vejo um bocadinho de ti, na angustia, nas exaltações da genialidade...continua

"a caneta da saudade", lembras-te?

um beijo doce da tua sis, e fa incondicional

Ana