quinta-feira, maio 11, 2006

O espelho

volto-me... e revolto-me, sem paixão por aquela vida cíclica que sangra o sonho. custa-me olhar-te nos olhos e sentir o crónico afastamento. não tenho ilusões, para tal bastas-me tu... uma parca imagem que se perpétua nesta existência sem cor. como um pouco de tudo e um muito de nada, vejo-te promessa brilhante prostrada ao sono da vaidade.
não tenho como sair de ti, fizeste-te residente... um contentamento descontente, assumo-te como um ópio, serva da vontade sem rumo.

e é quando te olho no espelho, qual montra de defeitos e dor, que sinto o triste fado em mim.

BellaMafia

1 comentário:

individualidades disse...

gosto, adoro a maneira como escreves...acho-a tão verdadeira, sabendo porém que não és tu, quem veste aquele "triste fado", só me resta dizer (aquilo que ouvi) que para se ser assim tem que se ser uma grande escritora, que és!

um beijo
Ana